Água jorra de poço perfurado por empresa especializada.

 

A preocupação com a falta de água nos principais mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo gerou uma demanda pela criação de poços artesianos em terrenos particulares. Segundo o DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) do Estado, até setembro de 2014, foram solicitadas 788 licenças para a construção de novos poços, Mas a tendência é que, no balanço do segundo semestre do ano, os pedidos aumentem em relação ao mesmo período de 2013.

Atualmente, o Estado tem 27.312 poços cadastrados e outorgados, ou seja, dentro da lei. Desses, 2.082 ficam na cidade de São Paulo.

Mas será que esta é uma alternativa viável? Para o professor Carlos Tucci, que comanda o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e acompanha a crise hídrica de São Paulo, o poço é, sim, uma opção ao abastecimento público.

“O poço artesiano sempre foi uma alternativa. Todos aqueles que encontraram dificuldade no passado já fizeram isso há muito tempo. Empresas e indústrias, principalmente. Inclusive, se não existissem poços individuais, essa crise poderia ser ainda pior”, explica Tucci.

No entanto, o professor alerta que os poços são uma solução pontual, sem larga escala. “É uma oferta para um grupo pequeno. Tem um custo, tem que ser bem feito, estudado, senão pode encontrar água imprópria ou poluir a água”.

Para uso doméstico, o recurso é indicado principalmente para os condomínios, tanto de casas quanto apartamentos. Nesses casos, a economia é maior porque os custos da perfuração e manutenção podem ser divididos entre os moradores, uma vez que as obras de um poço podem custar a partir de R$ 60 mil no interior do Estado e R$ 100 mil na capital, segundo empresas consultadas pela reportagem. Embora seja menos comum, quem mora em uma residência individual também pode recorrer a essa alternativa.

No entanto, Carlos Giampá, diretor da DH Perfuração de Poços LTDA., garante que o maior interessado nessa alternativa é o setor industrial, que encontra no serviço uma solução para períodos de escassez. “Depende da necessidade do interessado. Consumidor de grandes volumes, por exemplo, acima de 2.000 m³ por mês, é o mais adequado. Mas grupos menores podem recorrer quando há escassez e restrições de fornecimento por parte da empresa concessionária de água”.

 

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